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terça-feira, 24 de dezembro de 2013

A-MORalidade

O mundo esta clamando
Seu silêncio me deixa surda
Não consigo dormir ouvindo seus berros
E vendo seus sorrisos tristes

A criança não para de chorar
E seu pai nao para de beber
O seu vazio nunca é preenchido
Nada é suficiente


Como que a gente consegue ignorar
Esses tão altos pedidos de socorro?
Como é que nos acostumamos com isso?
Quando nos tiraram o amor?

- Cade os cristãos?
Eles estão isolados em suas igrejas confortantes!
Com máscaras religiosas!
e vestidos até o pescoço de moralidade!

Estão cantando o fato de serem amados!
Mas e amar?
Mas e fazer?

Agir, Agir, Agir!

Dá para ser cristão sem ser praticante?
Não!
Ou você é quente ou você é frio!
Ou quente ou frio!!!

Que estejamos sensíveis ao mundo
Ao barraco, Ao faminto
Ao que tem demais
Ao morto que acha que está vivo.

sábado, 21 de dezembro de 2013

Eu enganei a todos
Eu me enganei

Eu só consegui enganar os outros
porque primeiro eu me enganei

Mas você coloca minha máscara no chão
me tira do fundo, me descobre

Porque só você me conhece
Só você consegue tirar as coisas de mim

Porque eu só sou eu
Quando estou você

Agora só sou metade.

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Falação

Eu tenho um negócio estranho com vozes. Eu julgo muito as vozes. Não sei se sempre fui assim, mas agora que eu percebi. Eu posso não gostar de alguém se o modo como ele fala me irritar. Eu me irrito frequentemente com a maneira de falar das pessoas. Uns tem um vício com certas palavras como "né". Tive um professor que falava "shiu" entre as frases umas 20 vezes por aula! Tinha vezes que ele falava "shiu" quando ninguém estava falando na sala. Era seu vício, além do cigarro. Passava de seu controle, ele nem percebia mais quando falava. O estranho é que eu não tinha reparado que ele fazia isso até alguém, que reparou, me falar.
Eu não sei como minha voz é. Quando escuto alguma gravação da minha voz eu estranho. Acho até minha voz feia. (Será que alguém não gosta de mim pela minha voz?) O que eu reparo é que eu pego a mania e o jeito de falar das pessoas. Principalmente daquelas que eu me irrito. Esse jeito fica na minha cabeça e acaba saindo pela minha voz. Chato...
Quando falo em inglês falo como uma cantora que eu gostava muito. Porque escutava muito suas entrevistas. Sempre coloco um "really" para dar intensidade nas frases. Agora escuto muito Mallu e, sem querer, passei a falar como ela, de boca meio fechada. Até falo o "r" como carioca às vezes!
Eu odiava o sotaque carioca! Uma diretora me irritava toda vez que falava comigo. Agora amo! Acho lindo! Eu também percebi que mudo muito de opinião. Agora, mais do que nunca, devido a outros fatores, eu aceito as mudanças, os imprevisíveis. Também reparei que ando me analisando demais. Ando reparando em tudo que faço, em tudo que falo. E reparei também que, depois de uma teoria feita sobre mim, eu gosto de contar sobre os outros.
Os outros não gostam muito de ouvir minhas teorias sobre mim mesma. Os outros, na verdade, não gostam de escutar nada. Só gostam de falar. E alguns falam de uma maneira tão irritante!!!

Piauí

Paixões de trem
que só duram uma estação.

passoupassoupassoupassoupassoupassoupassou...

sábado, 14 de dezembro de 2013

Guarda-chuva

Eu esqueci meu guarda-chuva de propósito só para você oferecer um lugar debaixo do seu. Desse modo ficaríamos juntinhos, por alguns minutos, guardados da chuva.
Eu já estava, há um tempo, guardando minhas atitudes, os meus sonhos, o meu amor.
Mas a Maria Intrometida falou na hora que ela tinha um guarda-chuva a mais para mim. Eu aceitei e guardei minha cara de decepção, a minha raiva, a minha mágoa e o meu: "vai se..."
P(h)ode você então, nas próximas chuvas, guardar um lugar para mim debaixo do seu guarda-chuva? 
E nos próximos verões, primaveras, outonos, invernos guardar um lugar para mim debaixo da sua casa, dos seus braços, dos seus lençóis, de você?

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Enquanto você fala e fala,
Eu olho para a sua boca 
e sinto um grande desejo 
de te calar com um beijo

/dos versinhos que são mais dos outros do que meus | 2
Não quero cortar suas asas
Muito pelo contrário
Quero voar com você

/dos versinhos que são mais dos outros do que meus | 1

domingo, 17 de novembro de 2013

Jó 38

Às vezes tenho vontade de enquadrar Deus:
- O que é que o Senhor quer afinal de contas? 
- O Senhor já não riu o suficiente do meu espetáculo? 

Mas aí eu me deparo com o meu tamanho 
Com os milímetros que tentei andar sozinha 
com o tamanho da cruz e do universo 

Onde eu estava quando Ele fundou a Terra? 
Quando Ele deu portas ao mar? 
Quando deu ordens à manhã? 

Constrangida, envergonhada 
Eu só imploro: 
- Me deixa ficar debaixo de Tuas asas?

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

O que vale a pena?
Nossa alma não é pequena

Mas há coisas maiores do que eu
e eu não posso pedir para você lutar
enquanto eu permaneço no mesmo lugar

Eu tô boiando
porque eu sei quem controla o mar
ah, eu só quero amar
mas a realidade bate a porta...

toc toc,
toc toc
toc toc
tum tum
tum tum
tum tum

Coração aliado ou inimigo?
Fazer o que você fala ou o que eu digo?

Mas há coisas maiores do que eu
e eu não posso pedir para você lutar
enquanto permaneço no mesmo lugar

Sônia

De noite penso em Sônia
insônia
I see myself inside of Sônia
in Sônia

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Engolindo sapos

ruébt   gum.
ruébt   gum.
ruébt   gum.
ruébt   gum.
ruébt   gum.
ruébt   gum.
ruébt   gum.
ruébt   gum.
ruébt   gum.
ruébt   gum.
ruébt   gum.

tbéur tbéur tbéur tbéur tbéur tbéur tbéur tbéur tbéur tbéur tbéur

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Eu sempre tô errada
Sempre tô atrasada
Sempre querendo que o dia tenha mais
tic, toc
tic, toc...

Eu vou fazer as malas
fugir do frio
da pressa a mil
sambar para o caos

Passa aqui antes do sol nascer
vamos renascer além mar
Quem seremos lá?
Como eu te chamarei em Portugal?

Os dia terão as horas que quiser
e nós que vamos voar
que a nossa juventude é muito nova
para correr pro fim.

Eu sempre tô errada
Sempre tô atrasada
Sempre querendo que o dia tenha mais
tic, toc
tic, toc

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Minha escritora

A Indy é minha linda
cheia das malandragens
Ela encanta a todos
com as suas tatuagens

Toda alto astral,
mas não é só isso
ela alegra todos
com o seu sorriso

Minha amiga diário
Essa é de confiança!
Ela sempre me ouve
e renova minha esperança

Sou tão ciumenta,
pois ela é valiosa
quero esconder
essa joia preciosa

Só tenho que agradecer
A minha pequena
conte sempre comigo
me chamou tô no esquema

Minha escritora,
como eu te amo!
Minha melhor amiga,
parabéns pelos 20 anos!

domingo, 14 de julho de 2013

Manha

Você diz que eu sou manhosa
Mas eu só quero ser sua prosa
Eu quero ser o seu poema
Eu quero ser o seu tema

Eu quero ser o seu violão
Toda a sua composição
Vinda do seu coração
Eu quero ser a sua canção

Eu me contento com meio minuto
Eu  não preciso de muito
Eu sei qu’eu tô fazendo um baita drama
mas é qu’eu quero ser sua dama

Eu quero ser a sua poesia
O seu verso, estrofe e rima
Sua fase maior que o mundo
Eu quero significar tudo

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Calmamente ele chegou ao meu lado. Com gestos que definem sua personalidade de um jeito que me enlouquece, levou o cigarro de sua mão (ah, sua mão... por que não me toca?) até a sua boca (oh, sua boca... por que não me anseia como anseia este cigarro? Por que seus membros não me levam até sua boca? Até você?).
Minha timidez impedia que eu o encarasse, mas eu conseguiria observá-lo tanto com a minha visão periférica tanto com os meus instintos.
Ele esperava o ônibus e eu esperava por ele.
Pedi a todos os nomes que vieram a minha cabeça para que o vento soprasse do leste para o oeste, para que ele pudesse sentir o perfume de rosas que eu passei pensando nele.
Mas o vento resolveu sobrar do oeste para o leste e minhas narinas foram invadidas pela fumaça de seu cigarro. Sua nicotina me fez ficar ainda mais viciada nele. Passivamente ela altera meu funcionamento cerebral, que só pensa nele. Ele é o meu câncer.
Sete segundos depois meu cérebro acalma e eu sinto prazer.

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Pergunta burra

Quando estendem a mão
Com tom de interrogação
Rogo para não ser em vão
A tal horrível interrupção

Dou enormes gargalhadas
De suas inúmeras falhas
Mas quero que suas entradas
Sejam, por favor, barradas

Quem sabe não pergunta!
Oh! Quanta gente burra!
Por que não vão para rua
Com suas mentes cruas?!

Como querer outra opinião?
Quem mesmo sabe, seu pião
Não precisa discutir não
Aqui não existe questão!

Só Deus e seu grande amor
Para aguentar tanto horror
Avise-me aonde você for
Para eu me livrar do inferior

Não sei se rio ou se choro
Desistam do curso, eu imploro!
Eu juro que me controlo
Para não lavar bocas com cloro

Eu só estou na universidade
Com o diploma como prioridade
Já que sabia de toda a verdade
Com somente cinco anos de idade

Ah! Quando eu for doutor
Aí que vocês vão sentir a dor
Falarei sem nenhum pudor:
- Você é burro, meu senhor!

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Pode dar o título que quiser

Eu te amo
E sempre te amarei
Depois dos cem anos
E quando tinha dezesseis

Você poderia ser meu amo
Ou o meu rei
Poderíamos ter um longo plano
Ou namorar logo de uma vez

No campo ou na cidade
Na multidão ou no deserto
Com muita ou pouca idade
Morando longe ou perto

Não poderia ser amizade
Só poderíamos dar certo
Você não ignorou nossa afinidade
E me recebeu de braços abertos

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Sempre que passo no lugar onde nos encontramos pela primeira vez, eu tento me lembrar de como me senti naquela tarde. Aquela tarde de início de férias e início de um amor.
Eu não te conhecia por inteiro, não sabia como era conversar com você sobre assuntos íntimos cara a cara, não conhecia exatamente o tom da cor dos seus olhos, a temperatura da sua pele e o gosto do seu beijo. Mas já amava a metade que conhecia.
Éramos confidentes, éramos o segredo. Estávamos juntos e queríamos que o mundo soubesse disso ao mesmo tempo em que estávamos bem em só saber que você me amava e vice-versa.
E é incrível saber que por mais que eu me esforce não consigo lembrar claramente como aquela situação era para mim, porque, por nos conhecermos tão bem hoje, é difícil se lembrar da época em que não nos conhecíamos direito. Como pude um dia hesitar em te dar um beijo de cumprimento? Ou em não te apertar a todo o instante? Ou não conhecer o meu lugar em seu carro?
Imagino eu daqui uns anos fazendo um texto de quando não sabia como era te esperar para jantar, de ser acordada por você, de não ter que sair de casa para te ver, de preparar pipoca para assistirmos um filme juntos em nosso sofá, e tantas outras situações que eu nem faço ideia que existirão...

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Amor Natural

Um dia, os passarinhos
Fazem os seus ninhos
Porque já acharam seu par

Hoje eu e Ramon
Procuramos um lugar bom
Pra gente morar

Amar no mar
Amor no ar
Perfeito par

Os cisnes têm só uma família
Praticam monogamia
E depois vão mergulhar

Juramos fidelidade
Amor até a eternidade
Nenhum outro terá

Voar, voar
E mergulhar
Voar, voar
E se amar

Sabe que os coelhos
Fazem muitos herdeiros
São ótimos para procriar

Teremos os nossos filhos
Os encheremos de mimos
E deles vamos cuidar

Amar, amar
E se multiplicar
Amar, amar
E criar

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Quero

I wanna wake up with your voice calling me
Quero que seu rosto seja o último que eu vi
A chave do nosso apartamento
Uma aliança dourada nos nossos dedos

When the world falls apart
I want you by my side
When the morning appears
I want you with me

I wanna share all my day with you
Quero que nossos leitos sejam só um
Os meus pés esquentando os seus
O seu sobrenome no meu

sábado, 13 de abril de 2013

Don't deixe me


I don't know how to convince you
to not leave me, but I hope I do
Parece que você se esqueceu de mim
dos nossos sonhos,  planos e afins

Did you throw our love away?
Please, don't make me feel pain
Quero ver as estrelas com você
e ficar rindo até o amanhecer

Não sei como te convencer a não me deixar
mas eu espero que eu consiga
It seems like you forgot me
and our dreams, plans and all these things

Você jogou fora o nosso amor?
Por favor, não me faça sentir dor
I wanna see the stars with you
and laugh until the day becomes new

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Compor para ti


Ah como eu quero compor para ti
Acordar e fazer-te dormir

Quero tocar e você nunca enjoar
Desses meus versos e meu jeito de rimar

Se eu pudesse não sairia desse sofá
Ficaria o dia inteiro só a te amar

Ah como eu quero compor para ti
Acordar e fazer-te dormir

Vou me comprimir em seus braços
E seus lábios vão sorrir no abraço

Não importa se faltar luz
Deixa, o nosso amor nos conduz

Ah como eu quero compor para ti
Acordar e fazer-te dormir

sexta-feira, 22 de março de 2013

Benjamin

Beija a mim!
Bem já me faz
Ben, já me apaixonei
Beija-me, Benjamin!

segunda-feira, 18 de março de 2013

“Eu era feliz”
Pensei ao me olhar no espelho

Meus olhos não eram vermelhos
nem meio fechados
Minha boca não tremia
nem era curvada para baixo
Meu cabelo era penteado
E meu nariz não era inchado

Essa dor não é mais só psicológica
Faz meu corpo estremecer
Minha pele esfriar
Meu estomago doer
e meus dentes cerrar

”Eu era feliz”
Pensei ao ver uma antiga foto nossa

quinta-feira, 14 de março de 2013

Coração vulcânico

Tem dias que você sabe que vai acabar chorando, desmoronando.
Você se sente insuportável.
Tudo começa bem e algo em algum momento muda tudo.
De repente tudo é impacto e os reais impactos triplicam de tamanho.
Você se sente fraca, insegura. Percebe que o mundo é grande e você não é nada, não sabe de nada.
Não consegue nem fazer um parágrafo com mais de três linhas.
Se rende ao mau humor. São como recaídas na depressão.
E o choro não é mais um canto, um alívio. Tampouco o grito e a chuva.
Tudo o que ajuda é escrever e torcer para ninguém ler o que você põe a mostra e, ironicamente, o que você quer pôr a mostra. Afinal, não deixa de ser um texto seu.
E você fica ao avesso. Quase sem figuras de linguagem e pequenos mistérios que deixam os leitores coçarem a cabeça ou franzirem a testa.
Tenta até dar um jeito de usar a 3ª pessoa para disfarçar seu singular momento. Mas não adianta, qualquer um percebe claramente como está, conhecendo-te ou não. Você está a mostra.
E tudo porque tudo vem como uma enorme onda.
Tudo sempre tão intenso.
Ah, amor...
Ah, saudade...
Ah, grosseria gratuita...
Ah, ciúmes besta...
Tudo precisa vir. Até a raiva. Se não há motivos, arruma-se.
E a onda passa, destrói e você fica.
O dia seguinte será como uma grande ressaca. Tenta lembrar-se do que fez ou disse e na maioria das vezes, claro, se arrepende.
Torce por nenhum dano e volta ao mar. Deixa-se levar pelos humores que tanto afetam seu coração intenso, vulcânico.
Se alguém perguntar, explica:
-São os hormônios – espero.

quarta-feira, 13 de março de 2013

Só acordamos para dormir de novo.
Só vivemos para morrer.
Só amamos para se despedir.
O mundo gira e nós só giramos junto.

A vida não nos prega peças.
Nós pregamos peças em nós mesmos.
Por sermos tão pequenos
não conseguimos ver
o quão pequenos somos.
O mundo gira e nós só giramos junto.

domingo, 3 de março de 2013

Por que?


Porque ele me dá flores não somente em ocasiões especiais. Porque ele me enche de chocolates mesmo eu reclamando que ficarei gorda. Porque ele oferece para comprar tudo o que me chama a atenção na vitrine mesmo eu nunca aceitando. Porque ele me leva nos melhores lugares, com a melhor arquitetura – a antiga -, com a melhor comida e com os melhores filmes, peças e músicas. Porque ele não me deixa andar na parte da calçada que dá para a rua porque “se algum carro vier me pega primeiro”. Porque ele fica na minha frente quando descemos escadas, para se caso eu cair ele amortecer a queda. Porque ele usa as melhores roupas e perfumes. Porque ele me puxa pela cintura para mais perto dele. Porque ele me faz esquecer de tudo quando me beija. Porque ele é paciente com minha impaciência. Porque ele não corrige meus erros gramaticais. Porque ele me escreve os melhores poemas, textos e até músicas. Porque ele pulou a segunda série, entrou no mestrado com apenas 22 anos - em primeiro lugar – e ganhou uma bolsa super concorrida. Porque ele tem uma história de vida linda. Porque ele tem os ideais mais loucos. Porque ele tinha ciúmes quando a mãe fazia carinho no irmão mais velho. Porque ele é carinhoso, educado, compreensivo e prestativo. Porque brincamos de lutinha, corremos um atrás do outro e fazemos guerrinha de papel. Porque ele tenta me ensinar a dirigir. Porque ele é romântico. Porque ele sempre me acompanha. Porque ele não resistiu e elogiou meus cabelos certa vez e tomou um porre quando eu disse que só era brincadeira. Porque ele se rendeu e veio falar comigo mesmo na situação que nos encontrávamos. Porque guardamos segredos do mundo e nos entendemos só com uma troca de olhares. Porque ele aceitou as minhas condições, espera meu tempo e entrou corajosamente em um mundo totalmente diferente do dele. Porque ele sempre se perde e já fomos parar em São Bernardo do Campo, Osasco e quase Santos sem querer! Porque ele disse que o lugar ao seu lado no Buiu é meu e coloca Los Hermanos e mais uma pá de música boa para eu ouvir. Porque ele não me mata quando troco a rádio tão difícil de ser encontrada. Porque eu falo e escrevo com ele sempre e nunca, nunca nos falta assunto. Porque ele disse que todas as pessoas perderam o sexo depois de me conhecer. Porque ele fica procurando uns apartamentos comigo e vamos decorar nossa casa do jeito que sempre sonhamos – casa de velho -. Porque já escolhemos o nome da nossa primeira filha de onze. Porque ele sempre me faz rir com seu jeito meigo e suas piadas inteligentes, mesmo quando estou brava com ele. Porque ele me faz se apaixonar por ele todos os dias. Porque ele me apresentou um mundo que sinto que sempre foi meu, com músicas maravilhosas e escritores e livros incríveis. Porque ele sempre me informa sobre tal pensador/filósofo ou teoria. Porque ele arrancou de mim um lado poeta em que ele foi o exemplo. Porque ele me inspira. Porque só por ele que eu acordaria no meio da madrugada, acenderia a luz que cega e pegaria um lápis e um papel porque senti a necessidade de explicar os porquês d’eu o amar. Porque ele merece saber o quanto incrível ele é e que eu quero passar a eternidade ao seu lado, porque eu o amo.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Rosalinda

A cor de Rosa
fica cor-de-rosa
quando,
segurando lindas rosas rosa
digo:
- Rosalinda,
tu és poderosa,
amorosa,
mais cheirosa que qualquer rosa
Linda para ti és pouco,
Rosamaravilhosa!

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Amor de verdade


Amor de verdade é aquele que auto se explica. Não precisa nem dizer aos outros, porque de longe já se percebe. "Vocês foram feitos um para o outro". "Nossa, como vocês combinam!". "Já viu o jeito que ele te olha?". Porém é a vontade de dizer o tempo todo, aos poucos, o motivo de se amar e o quanto se ama. "Você foi feito para mim". "Ele me completa".


Amor de verdade é aquele que mesmo com tantos argumentos para não ser aprovado é bem-vindo. São os votos de casamento no primeiro mês. É ter a promessa da viagem sem ao menos ter conhecido a tal garota.

É largar o emprego. É brincar de luta, é correr pelo estacionamento. É perder partes de filme, é amar o sofá. É ganhar uns galos.

Amor de verdade não precisa de um texto falando sobre, mas o amor de verdade faz escrever textos.


quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Masoquismo poético

Só sei escrever sobre amor!
Meus poemas são péssimos
Não valeriam uma flor

Palavras tão usuais
Quer sentimentos, quer opiniões
Os assuntos são sempre iguais!

Fale de monstros, pessoas mumificadas
mas, por favor, não me fale
de sílabas metrificadas

Pior seria se fosse prosa
Sou desorganizada, errada
Sairia uma coisa horrorosa

Oh, queridos poetas
Ao invés de me inspirarem
Só me deixam com inveja!

Essa angústia invade meu peito
Só quero escrever um soneto!
E não ganhar carro ou dinheiro

Recorro sempre ao dicionário
Aceito até doações
para meu pobre vocabulário

Sempre rimo verbos
Isso me enoja
Quero me tacar de um prédio!

Ainda bem que tudo é moderno
Senão Bilac me condenaria
a um castigo eterno

Esse problema vem do berço
Eu leio e estudo
mas depois tudo esqueço!

E ainda vem Bandeira
querendo me convencer
que ele que tinha problema!

Só com alguma droga
que eu criaria algo bom
Quem sabe até uma trova

Mas tenho dó do meu pulmão
Além do mais é só um hobby
E não meu ganha pão

Então fico tranquila
Todos são livres
Para criar porcarias

E não espero escrever como Drummond
Bocage ou Camões
Só algo bom para o Ramon

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Ela

Aonde quer que eu estivesse, ela estava comigo. Ela era minha companheira. Quando eu estava desanimado o que me consolava era que alguém notava meu desânimo. Ela era minha amiga. Quando perdia as esperanças, ela me enchia de ar. Ela me rejuvenescia. Quando eu não me entendia, eu perguntava a ela. Ela me conhecia.
Nunca me sentia sozinho. Ela era minha companhia. Nunca me senti deslocado em um lugar. Ela era meu porto seguro. Ela era minha referência. Ela era meu lar.
Mas ela não sabia disso...
Eu sou fraco! Eu não sou homem! Eu sou inferior! E ela não podia saber disso!!!
Mas ela estava tão próxima!
Ela estava tão próxima...
Tão... Tão...
Ela me fazia perder o ar! Ela me sufocava! E aí ela vinha e dava ar! Ela era meu oxigênio...
Mas eu não queria, não queria. Queria ser forte, queria não precisar dela. Queria que ela fosse. Queria que ela me deixasse.
E ela foi e me avisou que iria. Ela me avisou que iria! Ela me avisou que iria! Me avisou...
Ela entendia que devia partir, mas ela me avisou! Porque ela não queria me deixar...
Ela queria que eu fosse atrás! Ela queria que eu tomasse uma atitude! Ela queria que eu corresse atrás dela.
Mas, eu não queria que ela me desse o empurrão. Eu queria ser forte por mim mesmo. Não queria ela, mas eu precisava dela... Mas, eu não a queria.
Ela se virou, ela andou... Ela andou com seus passos de formiga. Ela queria se virar, se arrepender, voltar. Ela esperava por mim.
Eu não a queria.
Ela se foi, não pude mais vê-la... Desapareceu no horizonte...
Então eu me atirei no chão e beijei o lugar onde seus pés tinham pisado.
E fiquei lá.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Fall to fly

All I want
All I need
I don't know, maybe everything
But you!

I don't need your heart
I don't need your hands on me
I don't want to feel like bitch

Oh, I fell
but I fell to fly
Yeah, I fall to fly

I don't need your kiss
I don't want the moments without breathe
please, get out of here

Oh, I fell
but I fell to fly
Yeah, I fall to fly

I don't need your love
I don't want yours songs to me
I want you disappear

sábado, 2 de fevereiro de 2013

Nossas alianças nos unem simbolicamente
Nossas mãos nos unem fisicamente
Nossos corpos nos unem quimicamente
Nossos corações nos unem eternamente

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Meu amor, a cada dia tudo se perde, vem a manhã e tudo se modifica.
Dê-me flores, porque elas murcham.
Fale “eu te amo”, porque o amor acaba.
Fale da saudade que sente, porque não dá para te ver a todo o segundo.
Diga que ficará para sempre, porque o infinito é finito.

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Se eu tiver o seu ombro,
nenhum outro consolo importará.
Se eu tiver o seu sorriso,
nenhuma outra alegria importará.
Se eu tiver o seu braço,
nenhum frio importará.
Se eu tiver o seu colo,
nenhum outro porto seguro importará.
Se eu tiver o seu coração,
nenhum outro amor importará.
Se eu tiver a sua alma,
nenhuma outra vida importará.

A Deus, não a adeus

Adeus, adeus, adeus
Só peço a Deus
Um basta a esses adeus!
Eu não agüento mais, Deus
Tantos adeus

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Dança

Eu tenho frio em minha pele
Eu tenho lágrimas em meus olhos
Eu tenho uns passos
Você quer dançar?

Eu tenho ouvidos para piadas
Eu tenho uma boca para beijar
Eu tenho uns passos
Você quer dançar?

Eu tenho uma caixa de lembranças
Eu tenho um caderno vazio
Eu tenho uns passos
Você quer dançar?

Eu tenho feridas para curar
Eu tenho um sorriso para mostrar
Eu tenho uns passos
Você quer dançar?

Eu tenho tempo de sobra
Eu tenho umas passagens
Eu tenho uns passos
Você quer dançar?

Eu tenho lugares para ir
Eu tenho experiências para adquirir
Eu tenho uns passos
Você quer dançar?

Eu tenho a solidão
Eu tenho a vontade
Eu tenho uns passos
Você quer dançar?

Caso não dance
Eu tenho uma casa,
Uma vitrola e um violão.
Venha, por favor, não diga não.